Trabalho voluntário: jovem conta como é atuar em diferentes projetos

Jaqueline Cortes, estudante de Relações Públicas na USP, começou a se interessar por trabalho voluntário ainda na adolescência e hoje, aos 23 anos, atua em duas ONGs: a Folhas Que Salvam, voltada para causas ambientais, e a Atados, que liga voluntários a projetos sociais

Filha de imigrantes bolivianos, Jaqueline Cortes ainda era adolescente quando se interessou por trabalho voluntário. Sua vontade era contribuir com um abrigo para crianças na cidade em que morava.

Na época, os pais não deixaram que ela realizasse o voluntariado, pois achavam o lugar distante demais para ela ir só. A ocasião a deixou frustrada, mas aumentou seu interesse. Hoje com 23 anos, ela é embaixadora de duas ONGs, e já contribuiu para diversos projetos.

A prática formal do voluntariado tem origem no século 19. Baseadas em ideais cristãos, as primeiras instituições sem fins lucrativos promoviam o trabalho voluntário de enfermeiras para cuidar de soldados machucados em guerras. A proposta dessas entidades foi tão bem-sucedida que muitas, como a Cruz Vermelha, o Exército da Salvação e o YMCA, continuam ativas ainda hoje. E com o tempo foram surgindo oportunidades de voluntariado nas mais diversas áreas.

O primeiro trabalho voluntário de Jaqueline foi ajudando pessoas de baixa renda na comunicação e escrita sobre temas como política, cidadania e sociedade, por meio do Projeto Redigir. Ela foi apresentada ao programa assim que entrou no curso de Relações Públicas, na Universidade de São Paulo (USP), e foi rapidamente cativada pela iniciativa.

Ela logo aderiu a outros projetos universitários, como o Astrominas, que busca empoderar mulheres por meio da ciência. “A missão do projeto me tocou de uma forma única, que me fez relembrar de quando era criança e aprendi um pouco sobre planetas na 5ª série, mas depois nunca mais foi falado”, conta Jaqueline.

Ela lamenta não ter tido incentivo na infância e adolescência para seguir na carreira científica. “Então, vi a oportunidade de contribuir para outras meninas se conectarem com o projeto e se sentirem acolhidas por meio do poder da comunicação”, diz.

Não satisfeita em permanecer no âmbito universitário, ela passou a contribuir para a ONG Folhas Que Salvam. A entidade trabalha para aumentar o engajamento de jovens com causas ambientais.

Jaqueline começou como embaixadora da organização, mas foi promovida e agora é coordenadora de Relações Institucionais. “Tive a oportunidade de, junto com outro colega do projeto, criar o 1° Concurso de ODS que teve inscrições de jovens do Brasil todo e teve uma parceria internacional na execução do concurso”, conta Jaqueline, que considera a experiência enriquecedora.

Atualmente, a estudante de Relações Públicas também é analista de comunidades e redes sociais para a organização Atados. A plataforma facilita que usuários encontrem vagas de voluntariado de acordo com as causas que defendem e a região que preferem. Em 2020, a iniciativa tinha mais de 150 mil voluntários e 2,5 mil ONGs registradas na plataforma.

O crescimento exponencial da plataforma online demonstra como a tecnologia torna mais fácil o contato das pessoas com oportunidades de trabalho voluntário. Tal facilidade tem o potencial de fomentar a participação da população, especialmente dos jovens, no voluntariado, dando a mais pessoas a oportunidade de viver essa experiência.

Para Jaqueline, reconhecer que qualquer um – independentemente de sua classe social e habilidades – é capaz de contribuir para ajudar os outros é algo pessoalmente revolucionário. “Acredito muito no poder transformador pessoal e social quando colocamos o coração e vontade de contribuir por um mundo melhor, nos colocando como parte da solução também”.

Por: Laura Patta

Fonte: observatorio3setor.org.br

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