Relatório apoiado por ONU e NASA aponta avanços na recuperação da camada de ozônio

São inúmeras as iniciativas internacionais assinadas e obedecidas por diversas nações com o objetivo de preservar recursos naturais e dar continuidade a processos de preservação ambiental e reversão de danos causados ao planeta. Os danos causados à camada de ozônio, que protege a terra de raios ultravioleta, estão sendo revertidos pouco a pouco.

É o que aponta o estudo “Scientific Assessment of Ozone Depletion: 2018”. Divulgado no início de novembro, o relatório, que conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Meteorológica Mundial (WMO), NASA, NOAA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UN Environment) e Comissão Europeia, traz inúmeros dados e levantamentos sobre como a camada tem respondido a medidas como o Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 1989 e determina que os países signatários se comprometam a interromper o uso de substâncias que comprometem a camada como o clorofluorcarboneto (CFC), usados em aerossóis, refrigeradores, sistemas de refrigeração e outros itens.

O documento é o mais recente de uma série de estudos conduzidos por especialistas em ciências atmosféricas sob demanda do Protocolo de Montreal (que especifica a realização de estudos de pelo menos quatro em quatro anos) e sob a coordenação da WMO e do UN Environment.

Desde a última avaliação, em 2014, os níveis de substâncias prejudiciais à camada protetora diminuíram, o que causou impacto substancial em áreas como Antártica, onde o buraco na camada de ozônio está se recuperando. Projeta-se que a falha feche gradualmente nessa região até a década de 2060, enquanto que a expectativa para recuperação do Hemisfério Norte é de 2030 e do Sul, 2050.

Outra descoberta que merece destaque é o aumento de ozônio na estratosfera fora de regiões polares na faixa de 1 a 3% por década desde o ano 2000.

O relatório também aponta os efeitos da Emenda Kigali, incluída no Protocolo de Montreal em 2016. Ela inclui os hidrofluorcarbonetos (HFCs) na lista de substâncias que devem ter seu uso descontinuado. Se for obedecida, a Emenda pode reduzir o aquecimento global: com sua aplicação, estima-se que o aquecimento médio fique abaixo de 0.1ºC, em vez de variar entre 0.3 a 0.5ºC.

Esse é um cenário visto positivamente pelo relatório frente ao Acordo de Paris, que tem entre suas metas manter o aumento da temperatura global abaixo de 2ºC.

Apesar dos bons resultados, foi verificado um aumento da emissão global de CFC-11 depois de 2012, o que acabou por desacelerar a diminuição da concentração desses gases na atmosfera. Um trecho do relatório aponta que a Ásia foi responsável por um aumento da emissão desde 2012, mas ainda não é conhecido o impacto que esse aumento da região teve no aumento da emissão em nível global.

Essas e outras descobertas, estudos e hipóteses estão no documento, que está disponível na íntegra, em inglês, neste link.

Por Gife

Fonte: gife.org.br

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