Por meio de parcerias e tecnologias inovadoras, a ONG Aliança da Terra mobiliza brigadas e agricultores na prevenção e resposta rápida a incêndios florestais.
O Brasil enfrenta um cenário cada vez mais preocupante em relação às queimadas, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Amazônica, onde a combinação de longos períodos de seca, expansão agropecuária e práticas inadequadas de manejo do solo tem intensificado a ocorrência de incêndios florestais. Nesse contexto, a atuação de organizações especializadas em prevenção e combate ao fogo, como a Aliança da Terra, torna-se essencial para reduzir os danos causados pelas queimadas, evitá-las e promover uma cultura de prevenção entre os produtores rurais.
A Aliança da Terra, ONG que atua na prevenção e combate a incêndios, destacou a importância dos produtores rurais investirem em estratégias de prevenção ao fogo. Caroline Nóbrega, diretora-geral da organização, afirmou que “os produtores precisam pensar em investimentos contra o risco de fogo” e comparou essa necessidade à prática comum de adquirir seguros para bens como colheitas e veículos. Segundo ela, é fundamental que a prevenção ao fogo seja vista como um seguro, com investimentos prévios em infraestrutura e capacitação.
A ONG, que já treinou cerca de 2 mil pessoas, tem ajudado proprietários de Goiás e Mato Grosso a formarem brigadas anti-incêndio no campo. Essas “agrobrigadas” evitam que focos de calor se tornem grandes incêndios, conforme explica Nóbrega: “Quem paga seguro de uma camionete, precisa pensar em investimento para o risco do fogo”.
Em agosto, a Brigada Aliança, criada pela ONG, realizou 50 operações de combate ao fogo, totalizando mais de 218 horas de ação em campo. “Nosso trabalho se concentra em evitar o surgimento do fogo e agir rapidamente, minimizando prejuízos e consequências”, ressaltou Nóbrega, destacando a importância da conscientização e da resposta rápida.
Além de atuar em áreas de conservação, a Aliança da Terra também forma parcerias privadas para criar agrobrigadas em regiões rurais com alto risco de incêndios, como o Parque Indígena Xingu, que abrange 400 mil hectares em municípios do Mato Grosso. Nessas parcerias, equipes especializadas utilizam tecnologia de ponta, como drones e satélites, para monitorar e combater incêndios de forma eficiente e segura.
Nóbrega reforça que os resultados da atuação das brigadas têm sido notáveis, com redução de até 97% das áreas queimadas em comparação aos períodos anteriores à formação das equipes. “A base do nosso trabalho é a informação, que nos permite aprimorar as estratégias e adaptá-las às realidades locais”, concluiu a diretora.
A atuação da Aliança da Terra tem um impacto direto na vida da população, a iniciativa está alinhada com os ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima), ODS 15 (Vida terrestre) e o ODS 11 (Cidades e comunidades sustentáveis).
Fonte: Globo Rural / observatorio3setor.org.br