Investimento social privado pode apoiar ações de enfrentamento a calamidades e crises humanitárias

De acordo com a ONU, em 2024 serão necessários US$ 46,4 bi para ajuda humanitária. 

A filantropia e o investimento social se apresentam como importantes vetores para auxiliar às gestões públicas

A crise humanitária envolve contextos de emergência onde comunidades ou um grande número de pessoas estão em risco, como em situações de guerra, contágios de doenças, epidemias, etc. A pandemia da Covid-19 é um exemplo histórico, tendo alcançado a marca de mais de 7 milhões de óbitos no mundo. No Brasil, a crise Yanomani é um dos casos mais recentes tendo chocado o país e o mundo em meio às imagens estarrecedoras de indígenas diagnosticados com desnutrição e outras doenças como malária e pneumonia.

De acordo com a ONU serão necessários US$ 46,4 bi para ajuda humanitária em 2024. Em meio às demandas que se apresentam nos contextos de calamidade, o investimento social privado (ISP) aliado à gestão pública é um caminho fundamental na busca por soluções, dinâmica que ficou evidente durante a pandemia. 

“Quando o investimento social privado atinge resultados positivos de impacto social, se compartilhados com a sociedade civil podem inspirar desde o ecossistema até políticas públicas importantes”, opina Gustavo Narciso, diretor executivo do Instituto C&A, que tem desempenhado papel importante nesse sentido. 

ISP em ação

Direcionando recursos desde 1991 a iniciativas de enfrentamento a crises humanitárias em diversos países, o Instituto C&A através do seu programa de Apoio Humanitário anunciou que em 2024 destinará 75% de seus recursos para enfrentamento a situações de calamidade pública e crise humanitária no Brasil. Os outros 25% serão voltados para ações pós-desastre através de mapeamento das necessidades remanescentes após três meses do episódio ocorrido na região e com o apoio das organizações sociais.

“Não é fácil cumprir todos esses passos, mas acredito que um dos grandes caminhos e tarefas que temos hoje é trabalhar de forma mais colaborativa. Atualizando a comunicação do nosso trabalho, engajando pessoas diferentes a conhecendo novas maneiras e saídas para a resolução dos desafios sociais, furando a bolha”, reflete Gustavo Narciso.

A iniciativa faz parte de uma nova fase do Instituto C&A, que integra a rede de associados GIFE, desenhada a partir de vivências anteriores na área de calamidade pública e crise humanitária. Um dos principais casos vivenciados pelo Instituto se trata dos trabalhos humanitários realizados em Petrópolis (RJ), em 2022, no período em que a cidade enfrentou uma das piores tempestades  de sua história, o que resultou na morte de mais de 230 pessoas. 

Região composta por cerca de 10 mil costureiras – de acordo com o Sindicato da Indústria da Confecção – o Instituto C&A por meio da Frente de Apoio Humanitário buscou estratégias para ajudar essas mulheres. 

“Desenvolvemos o ‘Fundo de Apoio às Costureiras de Petrópolis’, que realizou aportes financeiros somados em mais de R$65 mil”, relembra o diretor executivo. Com o sucesso das ações desenvolvidas na região, o Instituto repensou suas estratégias de investimento social no programa de Apoio Humanitário, direcionando, desta forma, atenção aos efeitos a longo prazo causados nas comunidades pelos desastres no país. 

“A premissa do Instituto desde 2019 foi investir 100% dos recursos logo quando a crise acontece, porém, com a experiência que tivemos em Petrópolis, entendemos os efeitos a longo prazo e sobre como o investimento social privado não atua nesse segundo momento”, finaliza Gustavo Narciso.

Fonte: gife.org.br

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