GT de Filantropia Antirracista surge com a proposta de trazer equidade racial para o terceiro setor

A filantropia brasileira acaba de ganhar mais uma ferramenta para pensar formas de enfrentamento às desigualdades raciais no setor.

Isso porque a Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial em parceria com a Fundação Tide Setúbal, anunciou o lançamento do “GT de Filantropia Antirracista”. A proposta do grupo é idealizar políticas que possam contribuir com a construção e fortalecimento de medidas que incluam a população negra de forma equitativa  na construção do terceiro setor no Brasil. 

Guibson Trindade, gerente executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial, conta que a ideia do GT – lançado presencialmente em São Paulo, no dia 3 de abril – surgiu a partir de uma percepção interna sobre as mais de 70 empresas que atualmente compõem o guarda-chuva da iniciativa. “A gente começou a observar que parte dessas empresas já têm ações de investimento social privado, já fazem aplicação de recursos em projetos sociais, na sua maioria de educação, cultura, esportes, mas não usam como critério para a escolha desses projetos a serem beneficiados a questão de raça.”

Realidade que dialoga com as desigualdades verticais que o setor enfrenta atualmente. Um exemplo disso foi apresentado pelo Censo GIFE 22-23, ao constatar que uma das áreas mais importantes do setor do investimento social privado, os conselhos deliberativos, são amplamente embranquecidos. Pessoas brancas nesses espaços de poder e decisão correspondem a 92%, enquanto que as pessoas negras são apenas 7%.  

Buscando reverter esse cenário e pavimentar novos caminhos inclusivos, o “GT de Filantropia Antirracista”, integrado por mais de 20 organizações, tem o intuito de construir ao longo de seis meses um manual que apresente critérios essenciais para o investimento social privado e Filantropia com foco em raça. 

“O objetivo é convocar as organizações que atuam com filantropia e com a área social no Brasil para discutir uma política que possa ser recomendada para todas as organizações, mas que tenha como prioridade os critérios de raça e etnia”, conta Gibson Trindade, chamando atenção para o fato das pessoas negras serem maioria e os mais afetados pelas vulnerabilidades sociais. 

Além das organizações da sociedade civil que compõem o GT e representantes de empresas privadas parceiras do Pacto de Promoção da Equidade Racial, o grupo também dispõe de um um comitê de governança com lideranças do Instituto Unibanco, Casa Sueli Carneiro, Fundação Itaú Social, Ibirapitanga, Cedra e Geledés. 

Fonte: gife.org.br

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