As questões econômica e social ganharam atenção redobrada nos últimos anos. Modelos de negócios e comportamentos já enraizados precisaram ser extintos ou modificados do dia para a noite, e o mundo inteiro precisou reavaliar e reinventar estratégias em tempo recorde. A cooperação, união de forças e conhecimentos diferentes foram fundamentais para a sobrevivência de muitos.
Diante desse cenário, o professor doutor e pesquisador do Departamento de Economia e Coordenador do Núcleo de Extensão e Pesquisa em Economia Solidária, Criativa e Cidadania (NEPESC) da UNESP, Leandro Pereira Morais, em um bate papo na Escola Aberta do Terceiro Setor, mostra um panorama sobre a economia solidária e o empreendedorismo social no Brasil e no mundo.
A economia solidária está presente em diversas partes do mundo. Na Europa, por exemplo, muitas empresas aliam a questão econômica com aspectos sociais, ambiental e de governança participativa. Uma tendência que segundo o professor “já dava importantes passos antes da pandemia e que tende a se fortalecer ainda mais em um mundo pós-pandemia”. Ele ainda afirma que o Brasil tem uma experiência importante nessa área. “Em outras modalidades da economia social e solidária, como os empreendimentos econômicos solidários e as próprias cooperativas, tanto as cooperativas maiores, que estão catalogadas na OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e as cooperativas populares que se direcionam com a capacidade de inserção sócio laboral de grupos mais marginalizados”, explica.
O professor afirma que o país coleciona uma série de experiências práticas em execução, como por exemplo, as incubadoras tecnológicas de cooperativas populares que congregam uma relação com as universidades e com o ecossistema empreendedor em diferentes territórios. “Destaco o Banco de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, que alia política pública local, moeda social e moeda virtual, atrelado ao desenvolvimento do território. Hoje considerado como um best case, está atraindo diferentes pesquisadores e instituições de pesquisa ao Brasil para reaplicar essas experiências em outras localidades no mundo”, ressalta Morais.
Durante o período de pandemia, ele afirma que muitas dessas experiências fizeram a diferença nas localidades, ajudando, auxiliando e contribuindo no enfrentamento emergencial a curto prazo para muitas famílias que passaram e muitas que ainda estão passando por sérias privações financeiras. “Há ainda uma discussão mais detalhada, a médio e longo prazo de como pensar a organização deste modelo de produção, consumo e de distribuição de riqueza, no sentido de incluir mais pessoas, que estão excluídas do cenário econômico tradicional ou do mercado de trabalho formal. E também como contribuir com os três pontos basilares dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, nas linhas econômica, social e ambiental”, ressalta o professor.
Para acompanhar a entrevista na íntegra e saber mais sobre Economia Social e Solidária, faça a sua inscrição na plataforma EAD da Escola Aberta do Terceiro Setor. Acesse: ead.escolaaberta3setor.org.br.
Fonte: escolaaberta3setor.org.br