Conheça histórias inspiradoras de 15 organizações do terceiro setor lideradas por mulheres e que atuam nas mais diversas áreas
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, as mulheres representam 62% das pessoas que fazem trabalho voluntário no Brasil. Além disso, dentro do terceiro setor, elas são maioria nos cargos de liderança (51%), de acordo com uma pesquisa de 2017 do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE).
Conheça, nesta lista, histórias inspiradoras de 15 organizações do terceiro setor lideradas por mulheres e que atuam nas mais diversas áreas.
- Alcione Albanesi, da Amigos do Bem
Junto com um grupo de amigos, a empresária Alcione Albanesi fundou, em 1993, a organização Amigos do Bem; e acabou largando a vida empresarial para se dedicar exclusivamente ao terceiro setor. Hoje, a Amigos do Bem é uma das maiores organizações do país e conta com projetos de educação, geração de renda, acesso à água, moradia e saúde no sertão brasileiro.
- Ana Fontes, do Instituto Rede Mulher Empreendedora
Como muitas mulheres no Brasil, a publicitária Ana Fontes começou a empreender por necessidade. Em 2010, ela criou a Rede Mulher Empreendedora como forma de transmitir conhecimento da área a outras mulheres e em 2017, criou o Instituto Rede Mulher Empreendedora, uma organização do terceiro setor focada na capacitação e empoderamento de mulheres em vulnerabilidade.
- Bia Diniz, da Cruzando Histórias
Ao ver uma reportagem com o depoimento de uma mulher desempregada, Bia Diniz, que trabalhava como RH, decidiu que precisava fazer algo a mais. Ela criou uma rede de escuta para mulheres desempregadas com foco no fortalecimento e empoderamento que depois se transformou na organização Cruzando Histórias, que hoje oferece uma rede de apoio e projetos de impulsionamento de carreiras de mulheres.
- Dagmar Rivieri (Tia Dag), da Casa do Zézinho
Dagmar Rivieri, ou Tia Dag, como é chamada carinhosamente, é mãe e avó e fundou a Casa do Zézinho ainda na década de 1990. Localizada no extremo sul de São Paulo, a organização atua com assistência social e educação de crianças e jovens em vulnerabilidade social, com metodologia própria e garantindo também sua alimentação.
- Glaucia Lombardi, do Projeto Cão Sem Fome
Apaixonada por animais, a professora e escritora Glaucia Lombardi sempre procurou uma forma de ajudá-los. Em 2004, ela começou a atuar junto de Protetores de Animais, pessoas que acolhem e cuidam de animais abandonados em suas próprias casas. Surgiu então o Projeto Cão Sem Fome, que hoje atende 500 animais mensalmente, arrecadando ração, remédios, vacinas para eles e também promovendo a adoção responsável.
- Irene Reis, da Comunidade Reinventando a Educação (CORE)
A educadora Irene Reis teve a inspiração para criar a Comunidade Reinventando a Educação (CORE) ao trabalhar como tradutora da obra de Edgar Morin e Carlos Delgado, “Reinventar a Educação – abrir caminhos para a metamorfose da humanidade”. A organização atua com metodologia própria para ajudar educadores e jovens, e trabalhar com o desenvolvimento humano da comunidade escolar.
- Ivanise Espiridião, da Mães da Sé
Em 1995, Ivanise Espiridião teve sua filha, Fabiana, de 13 anos, desaparecida. Na luta em encontrá-la, Ivanise percebeu o descaso que existe com muitas mães e famílias de pessoas desaparecidas no Brasil. Foi assim que ela fundou a organização Mães da Sé, que presta serviços de acolhimento a essas famílias e atua junto ao poder público para defender sua pauta, já tendo encontrado milhares de desaparecidos ao longo dos anos.
- Jacqueline Faria, da Mulheres de Peito e Cor
Jacqueline Faria é uma mulher preta que venceu o câncer de mama e criou um grupo de mulheres para debater os problemas causados pela doença em suas vidas. A organização Mulheres de Peito e Cor nasceu para mulheres negras com câncer de mama, mas hoje também atende mulheres negras em geral, mulheres em situação de rua e mulheres com fibromialgia.
- Luciana Chinaglia Quintão, do Banco de Alimentos
A economista Luciana Chinaglia Quintão fundou a organização Banco de Alimentos em 1998 com o objetivo de auxiliar no combate à fome e ao desperdício de alimentos no país. O trabalho da organização é recolher alimentos que já perderam seu valor para o comércio mas que ainda estão aptos para o consumo e distribuí-los para quem precisa.
- Regiane e Isabelle dos Santos, do Instituto Meninas Negras
Regiane dos Santos Cruz fundou o Instituto Meninas Negras junto de sua filha, Isabelle Cristina dos Santos. Ao ser bolsistas em uma escola de grande prestígio de São Paulo, a jovem se sentiu incomodada ao ser sempre a única menina negra em seus espaços de convivência. A organização nasce, portanto, com o objetivo de atuar com jovens negras e negros em vulnerabilidade social e ajudá-los a serem protagonistas de suas próprias vidas, desenvolvendo experiências acadêmicas, profissionais e culturais.
- Simone Lozano, do Instituto Chefs Especiais
Em 2006, a advogada Simone Lozano criou uma ação social pontual que oferecia aulas de gastronomia para pessoas com Síndrome de Down uma vez ao mês. Com o sucesso da iniciativa, Lozano criou o Instituto Chefs Especiais, que desde então oferece cursos inteiros de gastronomia com apoio de empresas e chefs renomados do país. O objetivo é promover a autonomia e inclusão de pessoas com Down na sociedade.
- Sueli Carneiro, do Geledés – Instituto da Mulher Negra
Sueli Carneiro é filósofa, escritora e ativista antirracista do movimento negro brasileiro, sendo considerada uma das maiores autoras de feminismo negro do país. Ela é também fundadora e diretora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, que atua com monitoramentos de políticas públicas, advocacy pelas pautas raciais e de gênero, na capacitação e empoderamento de ativistas, além de manter um portal de notícias com foco nos temas.
- Suely Katz, da Associação Nosso Sonho
A psicóloga Suely Katz transformou a dor pela perda de seu filho com paralisia cerebral, em 2007, em luta. Ela fundou a Associação Nosso Sonho, que hoje conta com um setor clínico e um pedagógico, além de uma equipe multidisciplinar, para promover a inclusão de crianças e jovens com paralisia cerebral na sociedade e no mercado de trabalho.
- Suzanne Marie Mailloux, da Associação Fala Mulher
A psicóloga e teóloga Suzanne Marie Mailloux, de nacionalidade canadense, veio para o Brasil, em 1995, para desenvolver trabalhos sociais, em São Paulo, quando percebeu o grave contexto de violência doméstica vivida pelas mulheres. Em 2004, ela fundou a Associação Fala Mulher, que oferece serviços de acolhimento e apoio jurídico e psicológico para mulheres vítimas de violência doméstica.
- Yvonne Bezerra de Mello, do Projeto Uerê
Yvonne Bezerra de Mello atua com educação de crianças e jovens em vulnerabilidade social no Rio de Janeiro desde 1980, mas foi em 1998 que o Projeto Uerê tomou forma no Complexo das Favelas da Maré. Além de criar uma pedagogia própria, a organização já atendeu cerca de 130 mil crianças ao longo dos anos, com foco na recuperação cognitiva dos jovens, que estão cotidianamente expostos a violências e traumas.
Por: Juliana Lima
Fonte: Observatório do Terceiro Setor / escolaaberta3setor.org.br