Como construir um programa de voluntariado na sua organização

No dia 25 de abril, ocorreu o 3º Fórum Rede do Bem São Paulo. O evento teve o objetivo de promover o diálogo entre as organizações da sociedade civil de base comunitária e toda a sociedade, e capacitar as organizações para um maior fortalecimento institucional.

Nesta edição, houve a palestra ‘Como Construir um Programa de Voluntariado para ONGs’, com Daniel Moraes, fundador da Atados, plataforma que conecta pessoas interessadas em ser voluntárias com instituições que precisam de voluntários.

Na plataforma, são divulgadas informações específicas sobre o que cada pessoa vai fazer na instituição. Atualmente, cerca de 1.600 entidades fazem parte desta rede.  “Quando se trata de voluntariado, a pessoa que está se candidatando precisa entender que está ajudando, mas também está recebendo. É uma relação de igualdade”, diz.

Entre as dicas de Moraes para melhorar o relacionamento com voluntários está o engajamento. Segundo o especialista, é muito importante dar abertura para que o voluntário faça parte da cocriação do projeto, para que ele se sinta parte do processo.

desenvolvimento com engajamento também precisa ser levado a sério. Moraes conta que o voluntariado é como um emprego: se a pessoa não sente que está aprendendo ou evoluindo, ela se sente estagnada. “A pessoa pensa ‘já aprendi tudo aqui, então vou sair para procurar outra coisa’. Se a pessoa não está motivada, ela vai desistir”.

Além disso, o especialista aponta que é possível pensar em um crescimento dentro do voluntariado. A pessoa pode começar como professor, por exemplo, depois se tornar coordenador dos professores, e assim por diante.

Também é importante lembrar o voluntário sobre o impacto social que o seu trabalho está gerando, e fazer com que ele viva a experiência de uma troca genuína com o público final, para que ele tenha contato com as pessoas que auxiliou.

O especialista aponta que a interação entre voluntários também é de extrema importância no quesito motivação. Se a pessoa está cansada porque o trabalho voluntário vai acontecer em um sábado de manhã, por exemplo, ela vai criar energias para ir se um amigo estiver junto.

Daniel Moraes ainda aponta maneiras de como criar um processo estruturado para engajar essas pessoas. Segundo ele, é preciso utilizar a técnica dos 3 Cs: criar, captar e coordenar.

Na criação, é preciso saber por que e para que os voluntários são necessários, e qual perfil você está procurando; na captação, é preciso abrir as vagas, mobilizar essas pessoas e respondê-las com rapidez. Por fim, a coordenação ocorrerá por meio da capacitação, do acompanhamento do trabalho que está sendo desenvolvido e, no fim do processo, da celebração por essa pessoa ter se engajado no trabalho voluntário.

“Acredite no potencial do voluntário, pois é necessário passar o seu sonho para que ele se envolva com a sua organização; tenha comprometimento, respondendo as suas mensagens e tendo um cuidado especial com ele; e tenha também um programa estruturado de voluntariado dizendo como vai ser o processo e o que ele precisará fazer. Acima de tudo, mantenha vivo o seu sonho, para que isso motive outras pessoas”, conclui Moraes.

Por: Isabela Alves

Fonte: observatorio3setor.org.br

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