A Amazônia Legal é composta por nove estados brasileiros e 772 municípios. Apesar de deter quase 60% do território nacional, contribui apenas com 8% do Produto Interno Bruto (PIB). A Tese de Aceleração da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), Investimento de Impacto na Amazônia: caminhos para o desenvolvimento sustentável, mapeou as possibilidades e desafios para o investimento em negócios voltados para a área socioambiental na região.
A iniciativa indica os percursos possíveis para acelerar ações dentro de quatro eixos: bioeconomia, regeneração e restauração, carbono/clima e cadeias de fornecimento sustentável.
“O intuito do projeto é criar pontes entre diferentes oportunidades para o empreendedor de impacto, construindo, assim, trilhas de desenvolvimento para as iniciativas empreendedoras do território. De forma paralela, visa-se encontrar lacunas ou possibilidades de fortalecimento de programas estratégicos ou mesmo a construção de novos programas, sempre de acordo com as demandas e necessidades do território”, explica Augusto Corrêa, secretário executivo da PPA.
O levantamento aponta algumas dificuldades para a criação de novos empreendimentos na localidade, como o pouco desenvolvimento do setor de serviços, acesso a suprimentos, soluções logísticas, comunicação, geração de energia e purificação de água. Segundo a publicação, é necessário enxergar tais carências como oportunidades, investindo mais em empreendimentos de impacto no setor de serviços.
Entrevistas realizadas neste estudo apontaram falta de conhecimento sobre empreendedorismo, realidade e cultura regional como a principal barreira para sucesso no investimento de impacto na região, bem como a falta de capacitação entre os empreendedores.
Amplo potencial
Dados como a participação da Amazônia Legal no PIB demonstram que existe um grande potencial para atuação do investimento social privado (ISP). “Se considerarmos somente os serviços ecossistêmicos inerentes à manutenção existente, a Amazônia já colabora com trilhões de dólares anuais apenas por sua importância em processos de regulação climática, gestão hídrica, controle biológico, polinização e tantos mais”, analisa Augusto.
De acordo com o guia ISP pela Amazônia, iniciativa do GIFE, o desenvolvimento social, inclusivo e sustentável na Amazônia é um tema urgente e que traz consigo questionamentos sobre novos modelos de desenvolvimento que sejam capazes de reduzir desigualdades e, ao mesmo tempo, garantir a proteção e a conservação ambiental do bioma.
De acordo com o secretário executivo, o valor que pode ser obtido com o uso sustentável de sua biodiversidade é muito abrangente e pode significar um vetor importante de desenvolvimento, permeado pela bioeconomia. “Possuímos a maior reserva de biodiversidade do mundo. Esse tipo de negócio, atrelado ao uso sustentável da terra e que traz consigo benefícios socioambientais, pode ser chave para a manutenção de nossas reservas ambientais e, principalmente, para o desenvolvimento econômico brasileiro.”
Características locais
O ecossistema de impacto amazônico possui características próprias e que devem ser analisadas quando se propõe programas de aceleração de negócios. Augusto dá uma dica para investir com assertividade na região. “Um estudo realizado em 2018 pela PPA em parceria com a SITAWI demonstra que há a presença de muitos atores e recursos financeiros no ecossistema da Amazônia, mas estes só serão favorecidos caso atuem de maneira coerente com as particularidades da região.”
Para conhecer essas particularidades e entender onde investir, a Tese de Aceleração apresenta, em diversas áreas, as vantagens e desvantagens de apostar num negócio e direcionadores de sucesso. Um dos exemplos é a exploração manejada de novas commodities açaí, guaraná e óleos essenciais.
“É fato que parte significativa dos negócios trabalham com as cadeias de valor da floresta, dando ênfase à importância e potencial dos produtos extraídos de forma sustentável pelos povos que lá habitam”, afirma o especialista. A Tese pode ser definida como um guia de bolso, que traz desde a conjuntura local até onde e como buscar o ISP para apoiar os empreendimentos.
Confira aqui o material completo.
Por: Gife
Fonte: gife.org.br