Edição
do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi) verifica a atuação das OSCs
no país.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou a vigésima edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi), que reúne artigos de pesquisadores de diversas instituições para refletir a atuação das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) no Brasil. A publicação traz ainda os diversos esforços em andamento para ampliar, aprimorar e qualificar o conhecimento produzido sobre o setor. As OSCs são instituições privadas sem fins lucrativos que desenvolvem projetos sociais com finalidade pública. Essas organizações relacionam-se entre si, com o mercado, com o Estado e com a sociedade civil, destacando-se na formação de agendas públicas com os demais setores.
A edição, composta por onze artigos, está dividida em três partes. A primeira, intitulada O que sabemos sobre as Organizações da Sociedade Civil? Estudos sobre o perfil das OSCs e mecanismos de fortalecimento da transparência no Brasil, apresenta as principais fontes de informação sobre OSCs no país que, em conjunto com o Mapa das OSCs (Ipea) e o Perfil das OSCs no Brasil (lançado em 2018), constituem o panorama mais completo de dados sobre o setor na atualidade. A segunda parte, chamada de Trabalho nas OSCs: avanços e desafios, aborda diferentes dimensões que configuram as relações formais de trabalho no interior das OSCs. E a última parte, intitulada Sustentabilidade das OSCs: estratégias e limites, abrange os principais desafios enfrentados pelo setor considerando a redução de investimentos públicos e privados direcionados para as OSCs no período recente.
Um dos estudos apresenta dados sobre o perfil demográfico e de escolaridade dos vínculos de trabalho em OSCs brasileiras, em 2015. O levantamento mostrou que o mercado de trabalho formal das organizações da sociedade civil no âmbito nacional é majoritariamente feminino, exceto para organizações que atuam nas áreas de cultura e recreação, e composto por pessoas de cor branca.
Já em relação ao nível de escolaridade, as mulheres também continuam sendo a maioria entre os trabalhadores com ensino superior nas OSCs de diversos setores de atuação, com exceção da área de saúde. Outro destaque é que a maior parte dessas instituições não possuem vínculos de trabalho com seus colaboradores, o que reforça a importância do voluntariado.
A ideia de elaborar esta edição temática surgiu a partir dos debates desenvolvidos no âmbito do Grupo de Conhecimento no Investimento Social Privado (ISP). Formado em 2018, o Grupo reúne entidades de referência relacionadas à produção de dados e informações sobre o campo do ISP e das OSCs para estimular um ambiente de troca, articulação e cooperação que possibilite uma atuação mais organizada no terceiro setor.
Participam do grupo entidades como Associação Brasileira de Captadores de Recurso (ABCR); Comunitas; Fundação Getúlio Vargas (FGV); Grupo de Instituições, Fundações e Empresas (GIFE); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Rede de Filantropia para a Justiça Social e Wings, Plataforma Prosas.
Confira a 20° edição do Boletim de Análise Político-Institucional
Fonte: ipea.gov.br