No
marco do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) pediu a diversos atores-chave que
intensifiquem os esforços para reduzir a poluição do ar nas Américas e no
mundo. O chamado foi realizado durante cerimônia realizada pela ONU Meio
Ambiente e Ministério do Meio Ambiente em Brasília (DF).
Segundo a representante da OPAS/OMS no Brasil, Socorro Gross, o ar poluído é considerado um dos principais riscos ambientais para a saúde e é um grave problema que precisa ser discutido em várias frentes.
“São poucas as cidades em nossa região com níveis adequados de qualidade do ar, segundo o que é recomendado pela OMS. Além disso, são poucos os países que possuem sistemas eficientes de monitoramento. Hoje, mais do que nunca, precisamos unir esforços multissetoriais para abordar a problemática de vários ângulos”, afirmou.
Gross ressaltou que os prejuízos causados pela poluição do ar são preocupantes. Relatório publicado pela OMS em 2018 revelou que nove em cada dez pessoas respiram ar poluído.
“É uma ameaça invisível. Mesmo que não vejamos os perigos que ela representa com nossos próprios olhos, nossa saúde acaba pagando um preço muito alto, além do grande impacto econômico para os países”, disse a representante.
Denise Hamú, representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, reiterou que a contaminação do ar é uma ameaça real à saúde humana, ao meio ambiente e à economia. “O ar poluído não conhece fronteiras e migra para lugares distantes, contaminando a água e o solo e afetando diretamente os seres vivos”, disse.
Ela lembrou que o tema qualidade do ar está presente em cinco Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e é uma prioridade para as Nações Unidas. “O assunto se torna central na Agenda 2030. Observamos a necessidade imperativa de desenvolver políticas e instrumentos para o combate e controle da poluição do ar que contribuam diretamente para o alcance dos ODS 3, 6, 11, 13 e 15”, acrescentou.
O ministro do Meio Ambiente e anfitrião do evento, Ricardo Salles, disse que a poluição do ar é um dos temas prioritários para a pasta, juntamente com pautas como saneamento e gestão dos resíduos sólidos e do lixo.
“A questão da qualidade do ar precisa ser resolvida de maneira definitiva e urgente”, alegou. Salles informou a intenção do governo brasileiro de expandir a rede de monitoramento de qualidade do ar já existente para todas as capitais dos estados brasileiros.
Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde do Brasil, também participou do evento reforçando a perspectiva de saúde pública em relação à ameaça apresentada pela poluição do ar.
“O ar é responsável por despesas diretas em problemas respiratórios na saúde que ultrapassaram 1,3 bilhão de reais apenas no ano de 2018 em custos com internações em nosso sistema de saúde. Estimamos que, entre 2008 e 2019, foram gastos 14 bilhões de reais com internações no país por doenças do aparelho respiratório, que são agravadas pela poluição do ar.”
Respire Vida
A ONU Meio Ambiente e a OPAS/OMS lançaram no evento a campanha Respire Vida, iniciativa global que tem o objetivo de sensibilizar o público em relação à poluição do ar como um grande risco para a saúde e para o meio ambiente. Nela, enfatizam-se tanto as medidas práticas de políticas que as cidades podem implementar para melhorar a qualidade do ar quanto as medidas que podem ser adotadas por comunidades e indivíduos.
Além disso, as agências lançaram a publicação “16 medidas pela qualidade do ar nas cidades: um chamado pela saúde e pelo meio ambiente”, que apresenta um guia de soluções que contribuem para melhoria da qualidade do ar, inspirando as administrações municipais a integrarem cada vez mais essa preocupação no planejamento e execução de suas ações.
Fonte: nacoesunidas.org