Cerca de 7,7 bilhões de pessoas devem habitar o planeta até o fim de 2019; ONU discute impacto do aumento populacional no desenvolvimento sustentável; vice-secretária-geral abriu a 52ª Sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento.
Foi realizado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 52ª Sessão da Comissão sobre População e Desenvolvimento.
Durante o encontro foram avaliados os progressos no Programa de Ação adotado na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, que aconteceu no Cairo, Egito, há 25 anos.
População
Um dos objetivos da Sessão é perceber como “o tamanho, estrutura e distribuição da população mundial tem implicações profundas no esforço global para promover o desenvolvimento sustentável.”
A ONU calcula que a população mundial, estimada em 7,7 bilhões em 2019, aumente para 9,7 bilhões em 2050. Na década de 2060, prevê-se que a fertilidade atinja 2,1 nascimentos por mulher, a taxa necessária para que as populações se estabilizem a longo prazo.
Desafios
A vice-secretária-geral da ONU fez o discurso de abertura do encontro, em representação do secretário-geral, António Guterres. Amina Mohammed disse que, desde 1994, “menos pessoas estão vivendo em extrema pobreza, o risco de morte materna diminuiu em mais de 40% e a educação primária expandiu os horizontes de milhões de pessoas.”
Apesar desses avanços, Amina Mohammed afirmou que “existem lacunas na implementação e muitos desafios permanecem.”
A representante disse que os “esforços em alguns Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs, não estão acompanhando o crescimento populacional.”
Em indicadores relacionados à pobreza e casamento infantil, por exemplo, a percentagem de pessoas que sofre com estes problemas está diminuindo, mas o número total está aumentando.
Desigualdade
O progresso também acontece de forma desigual. Em todo o mundo, cada vez mais mulheres têm acesso a métodos contraceptivos modernos, mas em 44 países menos da metade das mulheres que procuram esses serviços têm resposta.
Enquanto a expectativa de vida aumentou em todas as regiões do mundo, a atual lacuna na expectativa de vida entre as regiões mais e menos desenvolvidas é de 15 anos. Os níveis de mortalidade infantil na África Subsaariana caíram de 180 para 78 mortes por cada 1.000 nascimentos, mas a taxa de mortalidade infantil na região ainda é 15 vezes maior do que a das crianças nascidas em regiões mais desenvolvidas.
Educação
Em segundo lugar, são necessários mais esforços para oferecer acesso universal a uma educação de qualidade, em particular para as jovens. Por cada ano adicional de escolaridade que uma menina completa, diminuem as hipóteses de gravidez precoce. Diminuem também as taxas de mortalidade materna, o número de filhos e aumenta o rendimento disponível para combater a pobreza.
Mohammed afirmou que existe “ampla evidência” do que funciona para manter os alunos na escola, como programas de transferência de dinheiro, crédito para os mais desfavorecidos e programas de merenda escolar.
Segundo ela, também é necessária “uma revolução nos padrões de qualidade para preparar os jovens para a economia do século 21”, incluindo educação continua e acesso à tecnologia.
Clima
Por fim, a vice-secretária-geral disse que o mundo está “em uma corrida contra o tempo para fazer os ajustes necessários para evitar grandes mudanças no clima.”
Para Amina Mohammed, deve se sempre lembrar que “os mais pobres do mundo estão enfrentando os impactos mais severos da mudança climática, embora tenham contribuído menos para a sua causa.”
Neste primeiro dia, participaram também a presidente do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, Ecosoc, Inga Rhonda King, a diretora executiva do Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, Natália Kanem, a secretária-geral assistente para Coordenação de Políticas e Assuntos Interagências, Maria-Francesca Spatolisano, e a atriz e embaixadora da Boa Vontade do Unfpa, Ashley Judd.
Fonte: news.un.org