G20 no Brasil influencia protagonismo político e apresenta oportunidades para a filantropia

Em meio aos debates sobre os eixos prioritários para a presidência brasileira, o país tem oportunidade de retomar protagonismo na política externa, e o espaço inédito para o setor filantrópico apresenta novos horizontes para o setor

Em 2024, os holofotes das economias mundiais estão voltadas para o Brasil. Isso porque é a primeira vez que o país assume a presidência temporária do G20 – grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Africana e União Europeia. Combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global são os temas prioritários da presidência brasileira, que dentre as novidades apresentadas, criou o G20 Social, espaço de diálogo e contribuição da sociedade civil perante os debates políticos. 

Até o final do ano são aguardadas cerca de 130 reuniões entre os grupos de trabalho e forças-tarefa que integram o G20. O resultado final dos trabalhos será apresentado na 19ª cúpula do G-20, que acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

“É um momento  muito especial para o Brasil, porque o país participou ativamente da criação do G20. Com essa presidência é como se fosse um coroamento”, explica Flávia Loss, professora de Relações Internacionais do Instituto Mauá e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

“O Brasil, e aqui me refiro à política externa durante os governos Lula, sempre reivindicou reformas na governança global, e o G20 dá a possibilidade de ampliar essa voz junto com outros países do Sul Global”, completa a professora.

Considerado delicado, o tema tem ganhado espaço significativo nos diálogos dentro do grupo. Dentre os principais assuntos atrelados à pauta, está a importância do fortalecimento de um multilateralismo internacional e a reformulação do funcionamento da Organização das Nações Unidas (ONU), a exemplo do seu Conselho de Segurança, setor que, de acordo com o Estado brasileiro, demanda uma representação mais democrática. 

Novidades

Pela primeira vez o encontro contará com o G20 Social, “espaço de participação e contribuição da sociedade civil nas discussões e formulações de políticas relacionadas à Cúpula”, como informa o ebook lançado no site oficial da Grupo no Brasil. Formado por 13 grupos, o G20 Social oferece um espaço inédito à filantropia, que a partir de uma articulação com outras organizações internacionais, integra o GT 9 do grupo de engajamento do  C20. 

“A filantropia vai ter um papel muito relevante e a ideia é que se criem plataformas dentro dessa grande rede de networking que é o G20 entre iniciativas filantrópicas do Norte e do Sul global. Isso pode ser uma oportunidade de aqui no Brasil a ideia de filantropia se consolidar e também criar canais internacionais de diálogo”, conclui Flávia Loss. 

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fonte: gife.org.br

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