Guia traz dicas para a redução de emissões de gases de efeito estufa nos municípios

A cidade de Paragominas, no Pará, tem encontrado novos caminhos para a redução de emissões de gases de efeito estufa na criação de gado por meio do programa Pecuária Verde. Já o município de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, na Bahia, aproveita a energia do lixo para diminuir a emissão de gases.

Além dessas, dezenas de outras boas práticas foram mapeadas e sistematizadas para serem replicadas por todo o país e estão disponíveis na nova plataforma SEEG Soluções (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), criada pelo Observatório do Clima.

Além de identificar as emissões de cada município do Brasil, o SEEG buscou apresentar de maneira didática ações de mitigação e possíveis adaptações para os municípios, a fim de promover o desenvolvimento sustentável com redução de emissões, engajando atores-chave para enfrentar esse desafio. 

Nesta primeira edição, foram elencadas 87 soluções nos setores de Transportes, Energia Elétrica, Resíduos, Agropecuária e Mudanças de Uso da Terra e Florestas. O material foi construído a partir do diagnóstico das emissões dos 5.570 municípios do Brasil, realizado em 2021 pelo SEEG.

Cada solução traz mais de 20 informações complementares que buscam dar suporte para sua implementação nos municípios, como, por exemplo, verificar seu impacto sobre as emissões, a indicação de para qual porte de município ela é recomendada e quais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão relacionados a tal ação.  A proposta é que a plataforma seja constantemente atualizada para trazer outras ações e boas ideias.

Num dos temas urgentes do Brasil, por exemplo, que diz respeito ao consumo de energia elétrica e à crise hídrica, o SEEG Soluções alerta que, apesar de a eletricidade brasileira ser majoritariamente produzida por meio de fontes renováveis, uma maior demanda por energia elétrica pode induzir uma maior geração termelétrica, que emite gases de efeito estufa. E aponta que é possível diminuir essas emissões agindo sobre a oferta, aumentando a participação de fontes renováveis na geração de eletricidade, ou sobre a demanda, reduzindo o consumo de energia. O planejamento da oferta possui competência nacional, mas ao nível municipal podem ser atribuídas ações para atuar em direção à diminuição do consumo. 

Entre as soluções apresentadas, uma vem de Belo Horizonte, capital mineira, que estabeleceu, em 2019, um novo plano diretor e, em 2015, um plano de desenvolvimento urbano orientado ao transporte coletivo ao longo de seu Anel Viário. Ou seja, a recomendação é o estabelecimento de zonas prioritárias de adensamento populacional ao longo de eixos de transporte público, reduzindo emissões nos transportes – o principal responsável pela queima de combustíveis fósseis no Brasil. 

A capital mineira também adota outra política: a de limitar o número de vagas de garagem em novos edifícios próximos a eixos de transporte coletivo, a fim de reduzir a competição desleal entre o carro e o transporte público.

Informações

É possível acessar os dados por meio da plataforma interativa e também do guia.

Por: Gife

Fonte: gife.org.br

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