Segundo o relatório da agência da ONU para o Meio Ambiente, ‘Estado das Finanças para a Natureza’ (2023), as atividades que prejudicam o meio ambiente recebem 30 vezes mais investimentos do que soluções baseadas na natureza.
Em cenário de crise climática, o montante de US$ 7 trilhões é destinado por governos e investimentos privado para combustíveis fósseis e práticas agrícolas insustentáveis que podem levar ao empobrecimento do solo.
No contexto do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é importante refletir sobre as ações e investimentos necessários para garantir um futuro sustentável. Criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, esse dia chama a atenção para a importância da conservação ambiental e a necessidade de mudanças urgentes em nossas práticas econômicas e sociais.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou no relatório ‘Estado das Finanças para a Natureza’ (2023) que anualmente são investidos US$ 7 trilhões em atividades que prejudicam a natureza, como subsídios a combustíveis fósseis e práticas agrícolas insustentáveis. Esse montante, vindo de subsídios governamentais e investimentos privados agressivos representa 7% do PIB mundial, mais de 30 vezes superior ao investimento em soluções baseadas na natureza, que recebem apenas US$ 200 bilhões por ano.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU incluem metas ambiciosas, como reverter a degradação de 40% dos solos mundiais até 2030. Para atingir esses objetivos, é necessário triplicar os investimentos em soluções baseadas na natureza até 2030 e quadruplicar até 2050. A aplicação de práticas de economia circular, como defende o Movimento Circular, é uma estratégia eficaz para mudar os ciclos de produção, consumo e descarte, promovendo um uso mais sustentável dos recursos naturais.
As soluções agroflorestais são um exemplo de práticas que podem contribuir significativamente para a recuperação dos solos. Segundo o Prof. Dr. Edson Grandisoli, do Movimento Circular, a produção agroflorestal, que combina árvores nativas com culturas agrícolas, é uma forma circular de produção que ajuda a manter a saúde do solo. Outras práticas recomendadas incluem a adubação verde, compostagem comunitária, rotação de culturas e biorremediação, todas elas contribuindo para a regeneração dos sistemas naturais e a redução dos impactos negativos da economia linear.
Organizações da sociedade civil comprometidas com a causa do meio ambiente desempenham um papel crucial na preservação e recuperação do planeta, conheça abaixo algumas delas e seus projetos:
Diário do Clima
Desenvolvida para apoiar jornalistas, pesquisadores, e empresas socialmente responsáveis, a plataforma Diário do Clima visa monitorar, categorizar e organizar resoluções governamentais sobre clima e meio ambiente publicadas em diários oficiais de municípios brasileiros. A ferramenta, financiada pela Google News Initiative na América Latina, foi criada por seis organizações (((o))Eco, Eco Nordeste, Agência Envolverde, InfoAmazonia, Open Knowledge Brasil e Projeto #Colabora) especializadas em jornalismo ambiental e transparência pública, e permite aos usuários receber alertas e realizar filtragens detalhadas de dados ambientais.
Instituto Trata Brasil
O Instituto Trata Brasil, uma OSCIP composta por empresas comprometidas com o avanço do saneamento básico e a preservação dos recursos hídricos, dedica-se desde 2007 ao combate do racismo ambiental. Seu objetivo é informar e mobilizar os cidadãos para exigir a universalização do serviço essencial de saneamento básico no Brasil. Conscientes da desigualdade persistente, especialmente em regiões mais pobres, o Instituto realiza projetos em comunidades vulneráveis, onde a falta de água tratada e a exposição diária a esgotos a céu aberto são realidades. Suas ações, abrangendo os eixos “Água e Cidadania pela Vida“, “Trata Brasil na Comunidade” e “Apoio ao Saneamento Rural e em Áreas Isoladas“, buscam promover um país mais justo, garantindo acesso universal à infraestrutura básica.al de água
SOS Pantanal
Fundado em 2009, ao longo dos últimos 15 anos, o Instituto SOS Pantanal atua na conservação do Pantanal, promovendo o aprimoramento de políticas públicas, a divulgação de conhecimento e o desenvolvimento de projetos para o uso sustentável do bioma. Fomentando as transformações necessárias por meio da ciência e do diálogo com os diversos setores da sociedade civil e poder público, o Instituto também incentiva boas práticas conjuntas entre os setores privado, público e terceiro setor.
Ago Social
A Ago Social é uma plataforma que visa impulsionar o impacto socioambiental no Brasil por meio de programas, eventos, investimentos e criação de uma comunidade. Em janeiro deste ano, realizou o Programa Nutrir + Semeando Impacto Positivo, que irá capacitar e fomentar negócios de impacto, empresas e organizações socioambientais que atuem para promover soluções de resiliência na agricultura.
Rede Mondó
A Rede Mondó é uma organização que atua para fortalecer as pessoas e impulsionar a melhoria da educação na região Amazônica. Seu intuito é promover uma transformação social, econômica, ambiental e cultural das comunidades ribeirinhas no Arquipélago do Marajó, no Pará. O projeto, idealizado em 2020 pela Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), já realizou mais de 40 ações e impactou indiretamente a vida de mais de 60 mil pessoas.
Fonte: observatorio3setor.org.br